Dia das Mães

Acordei cedo, com um barulho infernal do supermercado na frente de minha casa anunciando as ofertas do dia... pleno domingo. Minha cabeça meio zonza porque não havia durmido bem na noite passadaTudo correu bem durante o dia, aparentemente. Dentro de mim, eu só conseguia pensar que as 17 horas eu estaria falando com ele. Eu não prestei atenção em absolutamente nada. No caminho para mauá, o looongo caminho, meu coração estava na boca. Eu não conseguia parar de sorrir, de cantar alto a música que eu ouvia, de achar tudo lindo e ficar que nem boba prestando atenção em como o céu estava lindo, em como o transito estava livre e o motorista aproveitava pisando fundo.

No trem, também vazio as poucas pessoas que estavam, olhavam pra mim com cara de: "tadinha.. é doida..." 

Recebo uma ligação da minha "netinha" Camila (ela disse que eu pareço uma vó, só pq durmo cedo.. hunfs!) e a gente tem ataques do coração juntas. Eu ia, mais uma vez, ouvir a voz dele. Aquela voz mansinha e etérea que acalmava a maior das minhas tempestades. 

O sorriso não saia do meu rosto, eu estava usando minha camiseta: I Love My Missionary... em homenagem ao dia. Tá, eu sei que vc vai me crucificar e dizer que eu deveria estar usando uma camiseta I Love My Mother, mas gente! Era meu noivo!! Que esta longe de mim a um ano e cinco meses, que  não pode me ligar quando quer, que não pode vir me visitar... enfim. Sim, era mais dia de falar com meu amor do que dia das mães =/    Mas minha gordinha entende, ela sabe que eu a amo o ano todo.   

Feliz da vida a caminho de Mauá!!

Quando cheguei na casa dele, a hora não passava. Todos os assuntos, as conversinhas do povo eram tão irrelevantes pra mim naquele momento que minha cabeça girava junto com os ponteiros do relógio.

E chegada a hora, o telefone só chamava, dava caixa postal... meu coração já diminuindo os batimentos e quase parando. Como assim??? Como só chamando, ele esta esperando esta ligação!!!!

Quando conseguimos ligar, tive que esperar a familia toda pra chegar a minha vez... Enquanto eles iam falando e passando a vez pro próximo, eu ia andando de um lado pro outro, tensa, chorando até o pó. Eu tinha tanta coisa pra contar, pra compartilhar, conselhos pra pedir. Mas eu tinha que ficar calma, não podia falar tudo, não queria preocupar meu Elder e tirar o foco dele. Para, respira...

E chega minha vez!!! A primeira nota da voz dele, arrepiou meu corpo todo... veio um filme na mente, de quando estávamos pertinho e eu podia ouvir a voz, sentir o ar que saía da boca dele enquanto falava e depois   o beijo doce dele. Falamos por um tempinho e cada minuto passado era meu coração mais apertado. A felicidade ia acabar e eu teria que desligar... Ouvir dele: "Vai ficar tudo bem" foi a melhor coisa do dia. Até mesmo o "eu te amo" perdeu pra frase que ele costumava dizer nos meus momentos tensos seguida de um "beijo de protege" (beijo na testa). 

Depois dessa ligação, ficamos mais fortes, ficamos mais conectados um ao outro do que antes. Essas coisinhas que parecem bobas são necessárias para nós que esperamos. Os meses restantes passarão rápido agora e eu vou poder ouvir e sentir ele pertinho de mim.